sábado, 3 de outubro de 2009

CURSINHO ENCONTRA QUESTÕES ERRADAS E IMPRECISÕES NA PROVA DO ENEM 2009 QUE VAZOU

Por Simone Harnik
Ana Okada
Em São Paulo

Professores do curso Objetivo identificaram problemas na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 que sofreu vazamento. O exame foi divulgado na noite desta quinta-feira (1º), pelo MEC (Ministério da Educação). Entre as críticas, está a falta de revisão final da prova."Em geografia, na questão 76, falta uma palavra no final da alternativa "E". É possível chegar à resposta por eliminação, mas não está correto", afirma Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do pré-vestibular.
Em matemática, o coordenador da disciplina no cursinho, Giuseppe Nobilioni, encontrou um teste que não oferecia alternativas corretas, em sua avaliação. "A pergunta de número 79 tem como resultado três oitavos. Não há nenhuma resposta com esse valor. O gabarito sugere que o correto seria um quarto", diz.

Português
Também na prova de linguagens foram identificadas imprecisões, segundo o professor de português, Francisco Achcar. O teste 37, que trata de uma letra de Gilberto Gil, oferecia duas alternativas corretas: a "B" e a "E", mas o gabarito só considerava a última. Para ele, incorreto também estava o teste 38, cuja resposta oficial era a alternativa "D". "Na alternativa dada como correta fala-se em 'ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano'. Não se entende como possa ser considerado 'distanciado' o ponto de vista do eu lírico, que se exprime de maneira fortemente emotiva por meio do relato de uma situação íntima, subjetiva", argumenta.Já para o professor de português Francisco Platão Savioli, do Anglo Vestibulares, as respostas das questões 37 e 38 dadas pelo gabarito oficial do Enem estão de acordo com a proposta pedida.
Erro no uso dos "porquês"
Achcar ainda localizou dois problemas de uso dos "porquês", na questão 19. "O gene pode indicar porque e como as pessoas aprendem a se comunicar e a se expressar e porque algumas crianças têm disfunções nessa área", diz o texto da pergunta. Na frase, as duas ocorrências de "porque" estão incorretas. A norma culta pede o uso de "por que", neste caso."Os examinadores cometem um deslize. Se cobram o código culto, eles mesmos tinham de praticar", aponta.
(O UOL Educação enviou os comentários dos professores à assessoria de imprensa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), às 21h desta sexta-feira (2).)

Copiado de: UOL EDUCAÇÃO

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